sexta-feira, 30 de julho de 2010

DIÁRIO DE BORDO: O PASSO, EL PASO...

                                                                 JORGE BICHUETTI
De volta... Saudades e lembranças. O domingo montevideano, com frio e as árvores desfolhadas parece triste. Como triste é a solidão, se não temos a companhia de um livro ou um disco que se personificam quando os amamos.
Não é triste, Montevideo tem melancolia barroca e em suas dobras o calor dos afetos intensos e vibrantes.
Cheguei... E na Tv vi o triste da violência que perdura e multiplica, exigindo-nos maior radicalidade na defesa dos direitos humanos.
Retornei e não pude ( ou melhor, não quis) a cadeira de balanço.
Retomei o trabalho, junto aos amigos e irmãos, na organização do II Congresso Internacional de Esquizoanálise e Esquizodrama.
Afinal, está chegaando... E chegando com a potência de uma rede de trabalhadores que pensam e vivem o novo, na ousadia de desbravar horizontes para a Terra seja de todos e para que os encontros sejam ternos e solidários e vida uma eterna primavera...
Já não vejo a hora de chegar setembro...
Uberaba, 10,11 e 12 de setembro: nosso grande encontro.
A programação já está sendo divulgado. Estão abertas as inscrições de trabalhos e de participação...
( é só dar uma chegada no site www.fgbbh.org.br)
Na espera, alguma perguntas saltam dos ventos e perambulam em meus pensamentos...
O que esperamos?
Por que este encontro?
Inicialmente, digo a mim mesmo que a solidão do mundo neoliberal já não nos permite estar diante da TV ou da internet, afastados dos verdadeiros encontros com o outro sem o qual não me percebo humanidade, humanidade diversa e plural, com sonhos e possibilidades que conectadas fazem da utopia um plano emergencial de superação dos horrores que estamos vivendo no nosso dia-a-dia.
Depois, sigo e pensando vou alencando elementos que me fazem cheio de tesão para que setembro não tarde tanto:
- escutar outras experiências é potencializar nossa capacidade de nos cuidar e de cuidar dos outros e da vida;
- não podemos negar a falências dos receituários prévios e, assim, necessitamos com urgência de intensificar a nossa capacidade-arte de inventar;
- falta ar, e urge vivenciar um espaço de ternura e suavidade;
- o mal e o maléfico abunda, então, já podemos adiar nossa potência de insurgir, de trabalhar a mudança e de ousar lutar pelos sonhos de um outro mundo possível;
- o racional pragmático do capitalismo não fez cinza, agora me parece que devemos aproximar da poesia e das utopias, do corpo que se libera e da alma que se plenifica na potência dos bons encontros e nas paixões alegres;
- e, também, pelo desejo de revitalizar minha opção pela vida, com direito à diferença e com o exercicio dos direitos humanos como ontologia de um novo tempo.
Ah! não consigo parar... Juntos vamos construir uma sociedade de amigos.
Vamos voar e brilhar, encantar-nos e encantar, vamos... ser o não-ser e ser-muitos.
Vamos brincar e sorrir...
Vamos viver...
Assim, quando chegar setembro... Quero " nossa cidade toda ensolarado, os meninos e o povo no poder"...
POR UMA NOVA TERRA, POR UM POVO POR-VIR...

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