sábado, 18 de setembro de 2010

MILITÂNCIA E ESQUIZOANÁLISE

                                                                                  JORGE BICHUETTI
Muitos pensam a esquizoanálise, equivocadamente, como mais uma expressão individualista e nihilista da pós-modernidade.
Assim, não é. ela é, essencialmente um conjunto de agenciamentos militantes visando uma utopia: uma nova Terra, um povo por-vir.
Guattari definiu o Antiédipo como um agenciamento que buscava deter a possibilidade do terrorismo, que para ele era inevitável diante do desespero e desilusão que se seguiu ao descenso do movimento de massas no pós-maio de 68.
Inclusive, passou dois anos de sua vida tentando reorganizar os diversos grupos de esquerda, numa coalisão que pudesse responder as necessidades de luta por uma transformação radical da sociedade.
O molecular não é uma caverna onde se escamoteia as grandes dores do socius, socius este  cada vez mais próximo de uma catástrofe.
O molecular é o plano onde as contradições se aprofundam, revelando as fissuras do capitalismo na própria subjetividade e dai nascem lutas que são menores, pois são a própria expressão do socius em suas incursões automáticas no modo de existir e viver.
Não negam o socialismo,negam o socialismo burocrático e autoritário, que não inclui o direito à diferença, nem se potencializa através da autogestão e da autoanálise.
Aqui, então, cabe, recordar Hebe de Bonafini: Revolução se faz, fazendo... Revolução se faz, partilhando... Revolução se faz, dando-se...
Ou ainda, o Subcomandante Marcos: " A humanidade, assim como o coração, prefere o lado esquerdo. Não é necessário conquistar o mundo. Basta fazê-lo novo. Hoje. Nós"

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