sábado, 30 de outubro de 2010

RIZOMA, MULTIPLICIDADES E REDES SOCIAIS

                                                                                      JORGE BICHUETTI

Quem somos? Uma árvore, uma raíz... para Freud, assim, o é... Somos uma identidade permanente, imutável, repetiva e previsívil. Somos a reprodução de um inconsciente nuclear, cujo centro nos define para sempre...
Somos, assim, nossos complexos, bloqueios, limites e frustrações... um ego que nos autodefin: o militar de machado de Assis que não se reconhece sem o uniforme.
A idéia do inconsciente como rizoma potencializa a vida e os caminhos... Não temos um centro... Nem começo, nem fim... Podemos gerar produções de qualquer conexão.... O rizoma - não nucleia a árvore, ele se produz ilimitadamente...
Deste modo, somos impermanência, mutabilidade, mudança, renovação e diversificação.
A multiplicidade não anula  que somos singulares.
A singularidade é uma rede de multiplicidades...
Nós é que não desenvolvemos, quase sempre, a nossa potência virtual de ser e existir, produzindo nossa multiplicidade.
Se exploramos nossas potências,  nos desnudamos...
Somos uma mutidão: modos de agir e reagir, habilidades e aptidões incontáveis...
Somos um trabalhador braçal, um escritor de versos, um atleta, um conzinheiros e outros tantos es...
Somos sérios e tímidos, brincalhões e conversadores, românticos e sensuais e outros n es...
Há em nós: um menino, um guerreiro, um palhaço, um artista, um louco, um anjo, uma prostituta e outros inumeráveis personagens...
Se exploramos nossos diversos eus, vivemos a riqueza de ser uma multiplidade com maior potência e flexibilidade na vida, com suas adversidades e situações inesperadas.
A força´fragilidade do ego único e imutável se dá num isolamento e pobreza de relações , já que pode pouco e se sente mais confortável nos vínculos cristalizados.
O  rizoma que se atualiza multiplidades nos possibilita vivenciar no cotiano a construção de uma rica, complexa e diversificada rede social...
Conectamos com indivíduos e coletivos e produzimos um cenário de povoamentos e partilhas, de cumplicidades  e trocas, de amizades e bons encontros que nos liberta das nossas dolorosas dependências.
Eis a fonte do devir solidariedade e a potência do homem que sendo multidão se fortalece num modo de ser e existir que não se reduz a uma robotizada repetição do mesmo, ele é capaz de se diversificar e se reinventar... é o Super-homem de Nietzsche...

2 comentários:

Marta Rezende disse...

Jorge querido, o Utopia Ativa está cada vez mais tchans.
O Uzina inaugurou a sua Biblioteca CSO com dois textos seus. E também organizou o Rizoma de Blogs. Poucos e nobres. Piano, piano, se va lontano.
Beijos
Marta

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

A idéia de rizoma de blogs é um acontecimento. Irá molbilizar entres criativos e es que nos permitirão devir sociedade de amigos em processo de invenções utópicas. jorge