sábado, 27 de novembro de 2010

MÁQUINA DE GUERRA E PROCESSOS DE MUDANÇA

                                                            JORGE BICHUETTI

Tentamos mudar e, frequentemente, fracassamos... Retornamos destes fracassos com o sentimento de impotência, desesperança e desilusão.
Creditamos o fracasso na nossa incapacidade... Mudar é processo de transformação que exige a construção de um dispositivo que agencie e sustente o novo.
No nosso modo de existir... No trabalho... No amor... Na política.... Em todos campos da vida, não basta desejar a mudança, este desejo necessita de ser instrumentalizado, para não sejamos capturados pelo predomínio das nossas vulnerabilidades e pelos nossos bloqueios e complexos inerentes ao nosso funcionamento de homens de repetições...
Neste sentido, cabe recordar o conceito de Máquina de Guerra, uma máquina não-bélica e uma máquina de afirmação da vida.
Necessitamos de criar conexões com pessoas, coisas e ideias, e montar uma maquina que nos apoie, nos alimente, nos oriente e nos sustente, neste difícil processo de deixar o modos antigos de viver e instaurar o novo no coração das nossas vidas.
Uma Máquina que enfrente o fascismo que se organiza na evitação do novo e do diferente...
Uma Máquina que sociabilize os processos desejantes, e geste um plano de consistência para as novas realizações das utopias pessoais e coletivas que se efetivam na caminhada.
Uma Máquina que sustente a potência singularizante da vida.
É possível superar a dependência do crack? É viável romper relações simbióticas? É cabível sonhar com uma sociabilidade solidária e terna?
Os profetas do pessimismo dirão que o homem continuará fracassando hoje, como fracassou no passado...
A vida e a clínica tem nos confirmado que a vitória é possível... Que os sonhos de libertação e mudança se efetivam quando caminhamos e lutamos, organizando junto ao nosso desejo, uma máquina de produção e sustentação da vida, da vida nova que ousamos enxergar no horizonte das nossas existências.

3 comentários:

Anônimo disse...

Onde o Homem encontrou liberdade para se manifestar, os bons frutos apareceram....embora os EUA não sejam nenhum paraíso, a não existência desse país atrasaria o mundo em no mínimo 100 anos.....tudo bem que cada um tenha seus delírios ou ilusões com as lendas inventadas pelos anglo saxões como Papai Noel e Robin Hood. Fazer o que se os latinos adoram e preferem estas fantasias a aceitar a dura realidade de que não existe almoço de graça.....O Homem não é conservador e sempre vai mudar. Se fosse não teria inventado a roda.....As boas mudanças dependem de tranquilidade e espírito pacífico, mais a humildade de sabermos que não temos a receita do paraíso.

Anônimo disse...

Olá meu caro, e amigo, espero que me perdoe se pareço te confrontar. Talvez isto ocorra, mas apenas com intenção de trazer alguns dados. ...Tudo indica que estamos do mesmo lado, e acredito também que não exista ninguém que queira o mal ao próximo.....Outro dia mesmo, vi um preto de idade, velho e cansado, com chinelo de dedos num frio arretado. Então perguntei a ele se queria um par de botas. Ele me agradeceu e disse que , mesmo com frio, jamais calçaria outra coisa que não seus chinelos, devido ao grande calor que sentia nos pés.......abraços

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

A força da vida se dá noos encontros e a palavra que possibilita o diálogo, para é fonte de riqueza e crescimento.
Nunca temi conversar sobre minhas crenças...
Sim, reconheço no socialismo libertário, plural e com direito à diferença, um artigo de fé...
Se abomino a política externa dos EUA, o faço pelo humanismo, e nãp posso concordar com Iraque, Faixa de Gaza, Afeganistão e tantas mortes que se acumulam no carma deste país...
Nem posso admirar uma globalização monolítica, nem uma postura ecológica irresponsável...
Penso que temos muito em comum: o amor e a solidariedade...
Aliás, neste momento mais íntimo queria dizer-lhe que eu não acho que a arevolução será necessariamente bélica, peço que releia o conceito de máquina de guerra não-bélico... O apoio a luta armada como estratégia foi uma inferência sua..
Abraço com ternura e carinho. jorge