segunda-feira, 1 de novembro de 2010

PRÁTICAS CLÍNICAS E PRÁTICAS SOCIAIS

                                                                      JORGE BICHUETTI

Somos cuidadores... E cuidadores são agentes do acolhimento, do reestruturação ativa de um caos  instalado e agenciadores de mudanças: do novoo, das bifurcações, das linhas de fuga, do instituinte e dos devires...
Há alguém que consiga separar o individual - a dor da subjetividade,  da s dores sociais?
Se posso num dado momento necessitar de privacidade para a minha lágrima, para a minha ferida ou para relato-lament, eles são sociais no processo da sua gênese, na sua manutenção e nas construções de saídas...
Igualmente, uma dor-mazela-violação-problema social trazem no emaranhado de suas vivências e na mobilização das potências de superação o binômio dor-resistência psíquica...
Porisso e muito mais, podemos conceituar que toda prática clínica é social e que , também, toda prática social é clínica, clnica ampliada, peripatética, clínica do movimento e do devir.
Cuidamos de dores psíquicas e sociais produzindo vida, reafirmando a vida e vida de direitos e vida metamorfoseantes que podem se reinventarem vidas solidárias e libertárias.
Nossas intervenções tendem a segmentarizar as dores , as soluções e o modo de cuidar, reproduzindo uma segmentariedade originário das especialidades que se afirmam na negação dos outros campos( a filosofia do não de Bachelard), e evitam se renovarem, escutando o que denuncia e anuncia a própria demanda, que nas dores,  mazelas, feridas e problemas apresentam uma necessidade para as equipes; que estas se devenham transdisciplinar-transversais-e inventivas...
Simplicando  os conceitos: agir partilhado, práticas reinventaas, e coletivos de produção de vida montados como agenciamentos de cuidado numa dinâmica ética de cidadania-inclusão social - produção de vida singularizantes e multiplicitárias e reabilitação psicossocial que seja direitos humanos e mudança social, resistência e imposição de direitos que vitalizarão o socius e os próprios coletivos.
O desafio: a montagem de redes sociais de afirmação da vida numa clínica-social ampliada de acolhimento, solidariedade e resistência libertária.
Segredos: grupalidades, oficinas terapêuticas, redes de produção de vida, economia solidária... e todos as engenhocas que pudermos inventar na defesa e potencialização da vida-direitos-vida...
Espaços: o spinoziamo, dos bons encontros e das paixões alegres...
Nossa identidade: o novo na produção do novo, um Devir Simeão na ressureição dos oprimidos, as mãos de Marta e o coração de Maria( Dom Hélder), os agentes criativos e inovadores de um outro mundo possível e necessário...
E, assim, caminharemos nas vereas das utopias ativas... apagando a escuridão e emprestando o brilho dos nossos corpos e das nossas vidas para a chegada da aurora.

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