quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

DIÁRIO DE BORDO: SOBRE O RIO E OS ENCANTOS DA LIBERDADE

                                                                                      JORGE BICHUETTI

O Rio de Janeiro continua lindo... Ressoa a voz de Marta Rúbia Rezende no seu blog que nos alerta para os perigos dos usos da guerra. Existem facções e interesses... Muitas vezes, o aniquilamento de um grupo pode ser, somente, ascensão de um outro grupo. O crime e a marginalidade são problemas complexos que exigem vê-los no texto da vida real.
A poetiza Josiane Souza reflete:
Hipocrisia

O Rio está correndo...
Se está correndo do rio.
Imagens na caixa preta,
nos acerta como um tiro.

O Rio está correndo...
Está correndo sangue no rio.
E por que pensar só agora?
Os córregos desembocam no rio.

Somos, assim, chamados a pensar com consciência e conseqüencia...
A ocupação de um território pelas forças repressivas é um passo... O desarmamento das gangues, outro passo...
Porém, agora, urge aceitar que existe ali -no complexo do Alemão - um vazio...
Não basta matar um criminoso e entender que se cortou o mal pela raiz.
A raiz da criminalidade e da marginalidade se dá na interação entre forças da criminalidade e políticas sociais que bifurquem a vida, concretizando oportunidade e experiências onde o homem se reconheça com alternativas de escolha.
Rotelli afirmava que temos que ser mais sedutores do que o mundo das drogas.
E hora , então, de discutir a ocupação social...
A militar se revelou, inclusive, mais fácil do que imaginávamos; a social é ainda um enigma...
Deve-se construir projetos de reabilitação psicossocial, de cultura e arte, de lazer, de resgate da cultura popular, de economia solidária, de ecologia, de vida, vida alegre e potente.

Como construir uma comunidade participativa, pacífica e autónoma?
A caminhada mostrará... indicará as soluções.
Cabe perceber, no entanto, com urgência: que urge uma ocupação social, popular, democrática, viva e cheia de arte e alegria.

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