quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

SOCIEDADE DE AMIGOS: A POESIA ENCANTA E NELA, SOMOS ENCANTADOS.

  SAUDADE ... E MAIS ALÉM
                   Fernanda de Lima Almada

Ainda que movendo moinhos “desletrados”
valendo-me da fábrica do trabalho comum
confesso um eu triste.

Melancolia da solidão...

Abandonaram-me.
Foram embora as palavras e cadências...
o ritmo e a rima...

Nunca vesti a blusa amarela de Maiakovski...
E, sem dizer adeus,
vi partir aquela qualidade de “poeta operário”...
Não mais em mim encontro o atributo...
para a beleza e a suavidade da poesia...

A ausência...
Angústia da carência do verso.
Falta-me o verbo.
Excedem-me as lágrimas.

Não gosto de espadas e dragões...
Prefiro esperar pelo mais logo sentir num abraço
o perfume de suas asas de anjo-poeta.


            PULSAÇÃO
               Josiane Souza

Há ainda migalhas pelo chão.
O vento, sei, logo as levarão.
Me embrulho na manta da solidão,
Para que não me voe o que resta da paixão.
E inócua...fito os olhos no horizonte.
O que vejo?
Além do tépido anseio de possuir-lhe,
Que envenena meu sangue
Penetra com tupor em minh'alma
E esquizofreniza meus sentidos.
Será você...o Elfo que tanto procurei?
Teus longos fios de cabelos,
Ao se desmantelarem pelo zéfiro
Me cantam que sim!
Mas, amante, não posso me enganar.
A feiticeira da razão outroras prega-me estacas no coração.
Se assim, a lua beijar-lhe hoje,
Então, em todo bosque saberão.
Diante dela todos os lobos uivarão.
Que essa lágrinha que suavemente entorno
Minhas nódoas sangrentas limparão.

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