quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

POESIA: VIAGENS NA IMENSIDÃO

                        OS PASSOS DE UM PASSARINHO
                                             Jorge Bichuetti

Num ramo de árvore, um pássaro
canta
louvores à esperança...
Numa oração, abraça, ternamente,
a primeira gota da chuva
a doçura do fruto maduro
o vitalismo etéreo de um grão
e o azul celeste do infinito
que o seduz e o ilumina
num misto de magia e fascinação.

E, assim, sem medo, ele voa...
Voa... Voa...
Simplesmente, voa...

Ele sabe que há um ninho,
esperando-o
em alguma estrela cintilante,
em algum canto da imensidão...
Ali, nos tentáculos de um sonho;
ali, no ventre de um deus,
materializado num meigo coração.


  O PESO DA ETERNIDADE
          Jorge Bichuetti

Deus anda cansado
de amar,
de amar
sem nunca poder dizer
adeus...

                            NA LINHA DO HORIZONTE
                                                   Jorge Bichuetti

Nenhuma dor de amor
arde
ou coça,
se meus olhos
se perdem e se encontram
na vida
que há de nascer;
embora, já pulse
dance
e sonhe
na linha do horizonte
onde o céu
abrasa
abraça
o mar...




                   FRAGMENTOS DE UMA VIDA
                                     Jorge Bichuetti

Quem sou eu?         
Um arquétipo
implodido;
uma mandala
manchada
de nódeas e lágrimas...
Um lustre
apagado
numa terra de ninguém...
                                           AMORES TRANSVERSAIS
                                                                  Jorge Bichuetti

Foucault ama Deleuze                       
que ama Guattari
que anda grávido
de devires
e de alguma revolução...

O pássaro ama o canto
que ama a flor
que anda ávida
de éxtases
e de alguma outra louca paixão...

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