quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

SOCIEDADE DE AMIGOS: UMA POÉTICA LUNAR, UMA VIDA SIDERAL

Um canto de esperança.
                          Guilherme Elias          
De leve se arrepia, ao som de um novo dia...
Montanhas, não apenas descidas e subidas, há o entre...
Vento que sopra o azul da natureza em cantigas suaves de carinho...
Canarinho que enlouquece, que vibra com sua prece.
Nas ondas estonteantes de um redemoinho, me pego sozinho, ao luar de vários caminhos...
Areia que move e atravessa.
Serei ondas de afeto e paixão, na tesão de um novo verão
Sorri ao entardecer, dei bom dia as gaivotas que sobrevoam as montanhas.
Apaixono-me por não saber onde estou pisando;
caminho lentamente e me debruço ao acaso...
Sou como um terraço, grande e vazio;
sou cheio de vazio, sou mata, tigre, planta, criança...
Estive cansado e pratiquei suado, meu caminhar alucinado.
Pego-me, então, cantando uma musica sem som...
Sob a luz de uma gruta azul, sou peixe, sou rocha aquosa
Transformo poesia em vida:
sou vida da vida em poesia vital
das peles incandescidas de esperança
que me fazem vivo, para além do bem e do mal.



O coração em desvio
                 Guilherme Elias

Se entregar ao desvio, compor junto ao acaso,
Inventar e devir pássaro...
Voar para o igapó em estrela cadente e fugaz,
ao som das nuvens que se fazem presente num caminhar de céu turbulento
Ao sussurro dos raios me atravessa a eletricidade de novas paisagens...
Viajo sem rumo e devagar, devagarzinho, curtindo os momentos de angustia e desconfiança, que se fazem autênticos em singulares movimentos de independência e conquista de novos territórios
Vozes da natureza me dão combustível para confiar na ecologia do possível
Monto em nuvens descansando de mim mesmo
Estou a voar;  não a  pensar
Um grito forte dilacera meu caminhar, em meio as tempestade de verão.
Enxugo lágrimas com o vento em minha face, e as faço gelo de intensidade e desvio de rota.
Desviar, produzir novos astros e estrelas, para que possa me aconchegar
O sol desidrata, mas aquece o corpo em sua invisível vibração, criando cor, vida...
Como posso andar sozinho, se não estou sozinho...
Perdido em mim mesmo encontro-me com olhares de árvores rizomáticas que contaminam o celeste azul do mar
Coração que aperta e erradia...
Um novo mundo de possíveis...
Por composição de desvio e coragem de amar-se...

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