segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

SOCIEDADE MUNDIAL DE CONTROLE E INCLUSÃO DIFERENCIAL

                                               Jorge Bichuetti

Vivemos já a sociedade mundial de controle...
Nela, se observa o fim das instituições totais, a corrupção generalizada,, os controles difusos serpenteando pelo socius e normatizando sutilmente a vida, os conglomerados, e a inclusão diferencial.
As proibições não se revelam mais no despotismo direto e a repressão fica diluida...
Não é proibido... comer doces e gordura; contudo, em cada alimento existe uma ameaça de morte ou uma promessa de vida.
Não é proibido fumar... todavia, se fumamos, não podemos ficar... Somos jogados num fora cada vez mais alijado dos outros.
Não é proibido ser pobre... Deste que nossa pobreza e nossa miséria não agrida os olhares púdicos dos transeuntes.
Não é proibido ser homossexual... Até que a homofobia de alguns, nos joguem numa cadeira-de-rodas ou num fim trágico.
Não é proibido ser mulher... No entanto, se vítimas de violência doméstica experienciamos o repúdio, a ironia e a violência moral dos que nos deferiam defender.
Não é proibido expressar livremente nossas opiniões... Elas são desclassificadas pela ordem massificada de um instituido cientificista.
 Não é verdadeiramente proibido o aborto... Basta que nos sujeitemos à morte nas clínicas de carnificina e mutililações.
Todos são iguais... Uns mais iguais do que outros...
Eis a lógica da inclusão diferencial.
Todos podemos viver numa sociedade de direitos e oportunidades, deste que não pensemos em eqüidade, e nem sonhemos com o que cabe aos eleitos do sistema.
Já não existe um separação efetiva  do público e privado.
Somos vigiados, filmados, encontrados, desnudados...
E o público é o privado de poucos que o usam para a intensificação de seus próprios interesses.
Um imperio sem rei; uma servidão sem senzala...
E a vida segue com seu lamento, vendo suas entranhas gritarem por justiça e liberdade para um mundo surdo que já não sonha, nem crê em utopias...
Acordemos: não abandonemos nossos sonhos, não apostilemos nossas utopias... São eles nossas armas...
Nelas, moram o coração da mudança, os ventos da revolução...

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