sábado, 26 de fevereiro de 2011

DIÁRIO DE BORDO: SONHOS, CAMINHOS E LUTAS...

                                                                Jorge Bichuetii

Não consigo entender o mundo... Talvez, o meu mundo eu o entenda e, nele, veja outros mundos...
Aqui, tudo é singelo e cheio de uma vida que me convoca, incessantemente, para a compreensão e o amor, para a liberdade e os sonhos.
A Lua e meus amigos, meus livros com poesias de encanto e viagens do pensamento que voa , longe, e me revela, no hoje, o próprio porvir... Há ternura no ar... Há carinho nos olhares... Há vida pulsando na esperança e vida lutando na confiança de que se pode cavar no destino novos modos de existir e novas maneiras de amar...
A Lua não suporta os dias solitários...
Ela tem uma profunda sede de encontrando-se, enluarar-se.
Aprendo.
Escuto meus passarinhos, amigos nômades, que vem e vão, cantando, alegremente...
Minha roseira, tão esquecida, não se esquece nunca de florescer...
Uma canção me embala: ontem, Mercedes Sosa e Jorge Drexler, na minha nostálgica saudade; hoje, Cartola, e com ele um sinal de alerta: o mundo ainda é um moinho...
Não permitamos que o mundo, com suas pedras e espinhos, abismos e pântanos enganosos, triture os nossos sonhos...
Somos do tamanho dos nossos sonhos...
Nossos sonhos alimentam nosso corpo e coração na caminhada.
Eles nos revelam uma outra vida, o novo e a mudança, um novo dia.
Muitas vezes, os ruídos do mundo nos bloqueiam a capacidade de escutar o canto de um novo alvorecer que soa, terno e alegre, no horizonte dos nossos sonhos e utopias.
E, então, fragilizadas deixamos de lutar...
Onde vemos limites, impossibilidades, barreiras intransponíveis, ali, está o inédito viável, o novo inusitado, as virtualidades que podem e irão se atualizarem com nossa ação desejante de luta por afirmá-las como canto, encanto e re-canto da vida que ousamos, sonhar...
Nosso mundo chora... Choramos, também...
Nossa Mãe Gaia, nossa Terra querida, agoniza... Nós, igualmente sentimos nas angústias dos atropelos do caminho a dor dilacerante do humano necessitando um novo mundo e uma nova vida.
O povo na rua no Oriente Médio clama por mudanças... Líbia, Bahrein, Iêmen, Iraque... Novos povos e novos sonhos clamam por liberdade, justiça e paz...
Lutam, caminham...
Nosso mundo e nossa vida de opressão e exploração, de desamor e violência, de insegurança e marginalização excludente, já não conseguem nos acolher... Queremos outra vida e outro mundo.
Queremos uma vida de alegria e paz, amor e solidariedade, cidadania e inclusão social...
Queremos a liberdade, queremos a poesia de uma vida encantada pela potência da ousadia, que se sobreporá ao que nomeamos de limitada realidade.
A utopia, toda ela, só é fantasia; se a esperamos de braços cruzados...

Nenhum comentário: