quarta-feira, 20 de abril de 2011

SOCIEDADE DE AMIGOS: LUARES, LUTAS ENTRE O AMOR E O PORVIR...

                        A Lua... Entre O Ser Quem Se É

                                              Fernando de Lima Almada

Sutil... escondida sempre a observar...
Oh! Lua... explique-me a mim mesma!

Vive triste na constelação em cruz
a guerreira que em ti a força encontrava.
Tornei-me de mim mesma uma escrava!

Vê? Sequer reconheço o próprio corpo
entre ásperas e negras árvores correndo.
Ah... o que pode estar acontecendo?!

Dor... ainda o pesado ar da solidão...
e o calor ácido da lágrima acre...
Por orgulho não escapa nesse massacre!

Oh! Lua... espectadora desta batalha perdida...
Volto a ti procurando uma saída!...
um colo, um sonho, uma terra não erma...

Oh! Lua... explique-me a mim mesma!




                 A GENTE FICA...
                              Paulu Cecílio

Partirei sem saber se devia ter tentado reter-te.
Sabendo a hora da mochila, caminhei a esmo para não abraçá-lo.
Para não apertá-lo no peito. Para não partir o cristal.
Agora penetro um lugar estranho, no endereço da minha casa.
Sinto o teu cheiro no cinzeiro apagado.
Teus olhos ainda brilham na lâmina do copo apressado.
No forno, pães de queijo meio crus. Não houve tempo...
Fios soltos levitam sem conexão, sem propósito. Estão mudos.
Gambiarras sem alma. Peças eletrônicas ôcas, sem sentido.
Sem tuas mãos agitadas e gentis para ordená-las. Sem criador.
Teu sorriso tímido ausente da intensa  tela morta.
Teu telescópio esquecido mira o infinito, observa estrelas silenciosas.
O universo trabalha de forma estranha.  
Talvez exista um lugar onde não haja Saudade...

Espero que Deus, esse travesso, te acompanhe...

Nenhum comentário: