sábado, 25 de junho de 2011

APONTAMENTOS PARA OS QUE DESEJAM VIVER NAS VEREDAS DA LIBERDADE E DO AMOR

                                                   Jorge Bichuetti

Com frequência, percebemos que repetimos os mesmos erros, que permanecemos girando em círculo sem sair do lugar e que cada vez mais nos distanciamos dos nossos desejos e sonhos...
Infelizmente, muitas vezes, a vida equivocada nos é revelada pelas lágrimas que caem, machucando-nos, profundamente...
A esperança e a serenidade, o auto-controle e o otimismo já se tornaram elementos dos miraculosos compêndios de auto-ajuda.
Aqui, hoje, citaremos apontamentos para subsidiar o existir. Apontamentos que nos afetam e nos ajudam a guiar nossa vida. Chegam de lugares diversos e formam um campo de questionamentos, servem muito mais para que vivamos bricolando as experimentações com reflexões do que como um receituário... Senão, vejamos...
Nota 1. Sobre a violência vertical e transversal. Franz Fannon no livro " Os Condenados da Terra" desenha um diagrama singelo sobre como nos produzimos violentos. A violência ( verbal ou física ) emerge como um grave problemas na vida de relações. Nem sempre contemos nossa raiva e nossa irritação. Doutras vezes, nos percebemos explodindo sem motivos... Fannon diz que o ser humano é sucateado, mortificado  e oprimido, diuturnamente, por violências verticais... Violências dos exploradores e opressores que sendo mais fortes e poderosos socialmente, violentam, e o violentado não pode nem consegue , individualmente dar uma resposta. O que lhe acarreta um quantum de tensão crescente que ele desavisado e alienado projetará numa violência horizontal. Ou seja, não conseguindo dar uma resposta ao seu agressor, agredirá um igual ou um inferior... A violência vertical é racionalizada como algo natural, uma vez que numa sociedade de classe a sobrevivência dos inferiores dependem da relação de subordinação que os oprimidos mantém com os opressores. A despolitização nos vulnerabiliza e nos regride... ficamos sem consciência de onde se encontra o inimigo, o alvo, o foco da nossa raiva.
Nota 2. Sobre a coletivização. Série e Grupo. Se somos capazes tão somente de achar saídas nos coletivizando, por que vivemos atolados no individualismo?... A raiz de tal fato, mora na formatação das subjetividades no capitalismo via narcisismo; porém, Sartre, no livro Crítica da Razão Diáletica, vai nos provocar revelando-nos os viézes da passagem do narcisismo para as ações coletivistas. Um bando é só uma série, se o único que os une é a realidade comum de suas dores, problemas e condição social... Um grupo nasce quando os mecanismos que nos fragmentam são anulados e um conjunto de pessoas logram dialogar e produzir, para além da dor e da lágrima, um projeto comum... Um projeto existencial, um projeto de sociabilidade, um projeto de sociedade...
Nota 3. Sobre a dialogidade. Somos dialogais... O diálogo humaniza-nos e nos vitaliza para viver surtos e saltos libertários. Contudo, Goffmann e Rotelli percebem o mecanismo da produção de um vida sem diálogo. O modelo é o hospício, a instituição total: lugar de troca zero. Total ausência de comunicação e interação. Segregacionismo arquitetônico e existencial... Deles ouvimos: toda vez que numa conversação se trabalha com respostas prontas, soluções prévias, o diálogo fenece, agoniza, morre... O diálogo é palavra e escuta... Não há escuta quando se ergue uma normativa ou verdade que anula a fala do outro. O diálogo é abertura, criatividade; não fechamento, não reprodução das verdades inquestionáveis dadas anteriormente. É encontro criativo, fecundante...
Nota 4. Sobre as relações de poder. Nietzsche desenha a vida e os encontros , percebendo-nos capturados por relações de poder. Relações de dominação e subordinação... Posições ativas e reativas... Toda vez que vivemos reativamente, perdemos nossa potência criativa; e a subordinação cristaliza a tirania, anulando a força disruptiva e inovadora da liberdade. Ele traz fundamentos para que nos coletivizemos com um projeto de libertação que foge, escapole, nega a dominação e se movimenta afirmativamente, ativamente; deixando a postura passiva-reativa... Acorda em nós o guerreiro...
Nota 5. Sobre a ética. Espinoza chega no diálogo e nos lega uma nova nota... Dialogando sobre as ações do homem na coletividade, advoga que o grande vício da política e da das práticas coletivistas  é que buscam agregar sob o signo das paixões tristes. As paixões tristes decompõem os corpos, .despontecializam.. e assim, o coletivo desagrega por falta de potência nas conexões. Se queremos o novo, em nós e na vida, ousamo-lo: a ética do viver e do existir é buscar os bons encontros que geram potência e afirmação de vida e estes se dão sob o signo das paixões alegres. Só a alegria nos conecta com o outro para um agir transformador...
Eis alguns tópicos da vida e que se os observamos, notaremos que nos colocam na vida como potências do diálogo e da ação coletiva, como protagonistas e como agenciadores de projetos que possam nos dar um novo caminho e um novo horizonte... vida nova.

2 comentários:

Evanir disse...

A você meu anjo que esta presente em todos os meus dias,
me alegrando e me fazendo feliz.
Com seu carinho venho deixar meu
afeto ,carinho e gratidão
Por nunca me deixar sozinha.
Um feliz Domingo beijos no coração.
Eu serei sua amiga para sempre,Evanir.

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Evanir: sua presença é aconchego e paz. Abraços com carinho, jorge