segunda-feira, 27 de junho de 2011

POESIAS: VOOS DA ESPERANÇA

                                     VIDA PARIDEIRA
                                                Jorge Bichuetti

Entre um baú de verdades, vivia seguro, calmo;
um dia o abri, eram aves e voaram no infinito...
Voltaram grávidas de novas verdades e as seus
filhos recolho no coração avoengo... verdades
novas e travessas que inovavam a vida e coloriam o caminho.

Assim, foram-se minhas certezas e, agora, povoado vivo,
tecendo elo e nexos entre o avesso do verso e o terno,
misturo e escuto a cantoria das verdades embriagadas
no aconchego caloroso dos almoços de domingo...

A verdade é verdades, irmãs de outras novas verdades,
que virão, que nascerão, pois, a vida não cessa de ser
o amor multiplicado no seu caminho de vida parideira.

A verdade tinha um trono e era silenciosa, solene;
as verdades sentam na roda com seus tamborestes
e alegres dialogam, versando o caminho num samba
que é morro, é vila, é passarela... é um compasso,
um rebolado, um flerte e um estribilho: louvores da alegria...


                        AS FLORES E OS SONHOS
                                                             Jorge Bichuetti

Caminho e longe ando, a vida leio,
sentindo-a nos ecos ruflados pelo meu coração...
Da filosofia, ficou a estante; da física quântica,
um buraco e um cipoal de energias passarinheiras que vagam, vadias
e inventam um mundo novo.
Comigo, carrego alma e matéria condesadas numa compreensão:
- as flores são meus sonhos acordados e corporificados na alegria de um jardim;
meus, sonhos, flores que bailam nos encantamentos da vida transparente
que emergem nos minutos, onde adormecido, meus pés triscam o amanhã...


                              ASSIM, MORREREI UM DIA
                                                            Jorge Bichuetti

Não morrerei de desgosto nem de desilusão;
a vida não me permite parado. Assim, que parte um trem,
outra apita na chegada. Minhas malas são os meus sonhos.
Com eles, sigo caminhante... Na ressaca da Lua Cheia,
já estou com a enxada na semeteira do sol nascente...

Vitórias, derrotas, galardões das ilusões... o pó do caminho
é feito com suor, sangue e sonhos que orvalhados pela fé,
não permanecem estáticos na contemplação do vivido...
Há sempre uma luta nova, há sempre um novo passo:
- uns, ficam no prosear; meu destino é guerrear... E,
assim, morrerei um dia... Entre uma batalha e a 
miragem do porvir, da alvorada - linhas do meu destino...

Canção e reza da minha teimosa esperança, nós,
duas crianças, dadas por Deus ao caminho...

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