terça-feira, 28 de junho de 2011

SOCIEDADE DE AMIGOS: O LIRISMO ENTRE AS FARPAS DO CAMINHO E AS PULSAÇÕES DO PORVIR; PAULO CECÍLIO - O PONTEAR DO AMANHÃ...

                         ALBATROZ !!!
                                       Paulo Cecílio

Em verões intensos, 
dorme a liberdade,  
como dorme  a cigarra  
em sono profundo. 

Cala irreprimível nas terras
de Mar Morto, 
Chiles, Bolívias , Angolas.

Em raízes submersas,
levanta-se, ao tempo certo,
para explodir o ventre prenho,
e cantar seu canto doce...
I                           MPRESSÕES DIGITAIS...........
                                                               Paulo Cecílio



................................... ..................De novo a madrugada gelada de junho transgride minha janela  e invade rasgando a solidão em cabeças de hidras que se multiplicam no inchaço do coração premido de pressão e saudade,  partidas partem em silencio portas rangem lentas louças caladas pia gelada
digo: isso cada vez menos importa já nasci numa madrugada destas como estas e de tantas madrugadas invadidas na janela já me sinto parte delas corro corro no mesmo lugar há séculos meu amigo me ligou e sorri por um instante chaleira no fogo frita café manco joelho podre aspirina  minh’alma se  contorce prenha de flores que se foram com a primavera sou uma fortaleza .
Nu navego o telhado do vizinho de meu bunker e esqueço o abandono visceral travestido de palavras suaves e corretas na hora exata há muito desprezo isto o relógio o bilhete o avião subindo. marés e marés se acomodam em meu peito fervilhante de possibilidades abortadas a ferro quente . 
lixo acumula-se onde havia um banco de madeira que recebia serenatas desconcertantes encomendas da irmã que agora mora no afeto no espaço onde digitalizam-se impressões que vagam eternas e impalpáveis embora rasguem minha jugular como sangue morno coado ainda agora com café
Mesmo a garoa deste raiar não espanta o fato que os ponteiros mortais se mexeram além da conta além dos fatos visíveis da angustia anunciada
Revoam sonhos mutilados em céu de prata fria povoam mundos esquecidos no musgo
verde viscoso visceras que se colam nos pulmões em silencio como era pegajosa hermafrodita sem misericórdia.................................................................... ..................... 


Nenhum comentário: