segunda-feira, 19 de setembro de 2011

POESIA: ASAS DO ALVORECER

                               CLAREIRA
                              Jorge Bichuetti

A vida canta... abre janelas,
versa na aurora, o recomeço.

A vida dança... forja voos,
é o arco-íris, é esplendor...

O escuro da noite é um véu,
salpicado de estrelas, fulgor...

O lírio no pântano é sinal e
viço, onde a vida se desnuda,
revela-se clareira do amor...

Assim, ela sopra as cinzas
do ontem; 
se refaz alvorada
e plenifica-se 
na suavidade
do mundo que gira 
nas cordas do tempo, 
tecendo louvores
aos assobios do vento
que varre a vastidão dos milênios,
para semear 
na glória dos segundos
as floradas coloridas 
do presente...


                     MAS, DEPOIS....
                                   Jorge Bichuetti

Lágrimas cairam nos vendavais;
angústia e medo... um torpor e
um anseio: havia chegado o fim?...


A chuva inundava o tempo e o
mundo delirava, louco e vazio:
entre a apatia e a demência...


Era o pó cimentando desilusões;
era o pavor, comprimindo corações...


Mas, depois... o Sol voltou e
irradiante... secou lágrimas; 
afugentou temores e o chão,
ouvindo a vida, floriu, novamente....


Com a tempestade, foi-se o fim;
no caminho, renasceu a esperança;
e todos vendo as cores da primavera,
cantavam e oravam, agradecidos:
sabiam que a vida retornara
na cantoria dos pássaros e na melodia
das folhas e flores que bailavam com o vento...

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