sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

BONS ENCONTROS: UMA ENTREVISTA COM MARIA BETHÂNIA; UMA ESTRELA NA SOLIDÃO DOS BECOS QUE PULSAM SONHOS IMPOSSÍVEIS...

MARIA BETHÂNIA, A VOZ DO INFINITO NO RELAMPEJAR DE UMA ESTRELA...


                ENTREVISTA: ARQUIVO N



POESIA: NO ENTRE... SONHOS E PAIXÕES; MAGIA REVOLUCIONÁRIA NO RELAMPEJAR DA COMPAIXÃO...

                  SONHOS 
                          Jorge Bichuetti

Meus sonhos não nascem
no deserto das ilusões, são
frutos e flores, caminho germinado
nas águas cristalinas
no bailado dos coqueirais
na santa vadiagem das vidas peregrinas
no encanto da paixão
que clareia a vida
quando vemos o olhar enamorado
entre as estrelas e o belo luar...


Meus sonhos acordam o dia;
embalam o entardecer e bailam
vagalumes no canto das noites estreladas;
como estão nas íris encantadas
dos pardais e das crianças,
que olhando o mundo alucinam
e enxergam, entre o antes e o depois,
a alegria do instante... a vida que é flor e seresta
nos delírios que povoam os corações dos deuses...






                      ABRE ALAS...
                              Jorge Bichuetti

Cada canto do infinito
é um portal... um abre alas...
Um farol e um oratório
que celebram e alumiam
na capela da existência
o próprio coração da vida,
que sendo caminho é um azul horizonte,
sendo horizonte é o casulo
dos novos caminhos
de magia e poesia
que desenham nas linhas do tempo
as canções do porvir...

DIÁRIO DE BORDO: COM AS ASAS DA LIBERDADE, O HORIZONTE AZUL... SEGUIR ADIANTE...

                                  Jorge Bichuetti

Pela noite alta, vaguei mirando o céu... Senti o cheiro doce da terra... o perfume afrodisíaco das rosas... E no bailado silencioso dos álamos, a vida... A vida que é bela quando pulsa e brilha, descortinando, num suspiro ou numa lágrima, a própria imensidão, palco onde u'a ciranda de estrelas cantam a poesia da ternura permeada por estribilhos de paixão e compaixão...
Onde anda a minha Luinha?... Brinca, espiando encantada o voo dos passarinhos...
Onde vaga o meu coração de menino? Também, brinca... Brinca de ser... o colorido das pedrinhas miúdas que atapetam os riachos anônimos... Brinca de ser... o azul do caminho que clama por novos passos... na magia do horizonte, o desejo contagiante de ser e não-ser, mas de sempre seguir adiante...
Seguir adiante...
Ir-se pelo caminho, semeando floradas de paz e alegria... não é uma condição expontânea do corpo-vida no nosso mundo... O mundo instituído conspira e nos captura... ele teme a potência que emergem da poeira sacudida pelos que seguem adiante, andarilhos da vida nos ventos do devir...
Assim, seguir é teimosia e coragem, valentia e obstinação... da vida renegada que é assumida como opção, enquadre, tarefa e projeto... Opção que nos subtrai dos abismos pegajosos da apatia, da acomodação e da submissão...
O caminho é o território da vida florescente, vida remoçada, vida de resistência, criatividade e auto-superação...
Paradinha - só da Mangueira...
Caminhar é nossa destinação antropológica...
No caminho, as nuvens passam... as pedras devém escada... e os sonhos florescem, dando asas... voo na vida entre estrelas, no ventre germinativo da imensidão azul...
Dificuldades, limitações, problemas, frustrações não são instalações da reino da impossibilidade no coração da vida; são... analizadores, sinais... linhas e fluxos que desvelam o nosso caminho... Nossa travessia. O conjunto de lutas que se colocam, diante de nós, como pontes e fontes da vida que no caminho se reinventa e nos reinventa... Vida-parideira dos nossos novos eus... da nossa multiplicidade que nos dá chão e céu na produção de um novo jeito de viver, trabalhar, conviver, alegrar-se, sonhar e amar...
Somos filhos do caminho... tanto quanto a nossa caminhada é o processo guerreiro de fecundação e materialização ética e estética da aurora... no esplendor de um novo tempo...


SOCIEDADE DE AMIGOS: A POESIA DE PAULO CECÍLIO NO ENTREVERO DAS PALAVRAS QUE VOAM NO CÉU DA NOSSA HUMANIDADE...

Segundo o dono da pensão, o aposentado teria assinado um termo de doação de seu corpo para a Faculdade de Medicina, mas até o momento este documento não foi encontrado. Caso não apareça e nenhum familiar reclame o corpo, Múcio será enterrado como indigente. O prazo para alguém reclamar um corpo é de 30 dias...(J.M.)

INDIGENTE
            Paulo Cecílio

numa pensão singela dormes agora, 
despreocupado em teu corpo gélido: quem amaste? 

conhecestes os escombros das despedidas? 
admirastes as luzes negras do arco iris? 

tempestades. dias claros. choro de bêrço.
carne quente. vila. rua santa maria. pipas. 
engraxate. abraços. pedrinhas . caminhões.

caminhoes de guerra: fiseste guerra?  amor? 
meninos nus. botina. camisa xadres. amores? 

talves um aceno aos filhos nas estações? nao te encontrarão...

habitas agora o suave ninar do cosmos: 
as redes de pelucia que nunca teves. 

voa, velho, voa. agora és livre das dores dos reumatismos 
das saudades do desprezo das memorias tao rudes. 

num ultimo impulso tua mao doou teu corpo generoso.
vai, velho, vai velho, agora é tua vez de se esquecer de nós...
 
 

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

AMOR E VIDA; FLOR SINGELA NOS ENCANTOS DA IMENSIDÃO... POESIA E CANÇÕES

entre livros e poesias
   me descobri
       menino,
nas nuvens entre pipas
         me vi
pequenino:
um voo de passarinho...


                                jorge bichuetti


De asas partidas, voo...
    a vida borboleteia
na ciranda - madrugada
    é um chamego
que dá vida e alegria
na sinfônica passarada
com seus versos 
      de u'a vadia paixão...


                          jorge bichuetti


um amor é água na fonte
       vida jorrando
entre o chão verde e o céu
   um azul estrelado
cantoria poesia: um jeito de
   voar na imensidão...


                                 jorge bichuetti



ENTRE PEDRAS, FLORES...

POESIA: NA PELE, UM CÉU ESTRELADO...

       NAS PROFUNDEZAS DA PELE
                                         Jorge Bichuetti


Na minha pele, o suor
... e o sangue
da hummanidade
encontram-se:
minhas lágrimas,
na curva do rio,
sonha-se mar...


                 UM ESPINHO NA CARNE
                                         Jorge Bichuetti

Este espinho que trago
no vaso corporal da
minha carne dissecada
pelos sonhos entardecidos
rasga o horizonte e me fecunda
com floradas estelares
nas quais alucino, vendo
as cores do amanhã
e os encantos da vida
que se renova na alegria dos voos,
meu ninho... um canto de passarinho...
aurora e luar num encontro
onde minhas asas se aninham...


Este espinho é um traço
da poesia ensimesmada
que oculta novos versos,
um canto de alegria, encontro
entre a palavra e o silêncio
que copulando germinam
o remoçar do caminho....

BONS ENCONTROS: FINITUDE VERSUS INFINITUDE - A QUESTÃO DA INTENSIDADE CRIATIVA DO CAMINHO...

A morte é um grande enigma... Inominável, transação solitária... Levanta uma questão valiosa e urgente, para crentes e descrentes: a intensidade e a densidade ética-estética da vida vivida...


Assim, hoje, leremos Caeiro ( Fernando Pessoa)... que diz:
" Quando a erva crescer sobre a minha sepultura,
Seja esse um sinal para me esquecerem de todo.
A natureza nunca se recorda, e por isso é bela.
E se tiverrem a necessidade doentia de "interpretar" a erva verde, sobre a minha sepultura,
Digam que eu continuo a verdecer e a ser natural"


Há uma eternidade na vida que marca com seus sonhos os caminhos percorridos...
Há uma eternidade na flor que semeamos, na vida frutificada...
Se há outras eternidades, elas vicejam entre ervas e flores, cantos e encantos da vida vivida...



A vida é um caminho entre caminhos, cachoeiras e cascatas entre riachos e o mar...


Cada minuto... é muito mais do que o tempo fracionado... é sempre uma bela e grandiosa oportunidade de realizar-se na vida atualizando uma ternura enluarada e um luta guerreira que grávida de coragem e ousadia busque abrir no cotidiano da vida novas clareiras... a solidariedade que é a alvorada de um mundo que está aqui... um porvir que brilham como utopias ativas, vidas que nômades esperam ninhos, mãos que as escutem na suas ânsias de serem paridas...


DIÁRIO DE BORDO: SAUDADES DO NAVIO NA PARADINHA DA MANGUEIRA...

                                 Jorge Bichuetti

Não consigo contar o tempo... ele rodopia e nos leva... Parece uma eternidade, se olho e deixo falar a minha incomensurável saudade... O blog Utopia Ativa me dá vida e caminho; ninho e voos no coração da aurora... " um barco entre estrelas"... Um ninho onde vemos do quintal a revoada de passarinhos e tecemos novos ninhos com palavras e silêncios, buscando na ternura da poesia a vida, vida-passarinheira... vida que voa e sonha, que luta e resiste... e vida que por muitas vezes se vê abatida pela fúria dos vendavais... mas, num devir fênix, ressurge encantada, cantando Fernando Pessoa: "Um dia de chuva é tão belo como um dia de sol"...
Quanta saudade!!!
Estive, muitas vezes, no quintal... ali, ouvi, o canto dos passarinhos, a poesia do luar e a bateria da Mangueira, Estação primeira dos meus primeiros amores... Conversei, li... sonhei... Talvez, tenha estado triste... sentia falta de dialogar, escrevendo delírios de ternura e compaixão, liberdade e vida... Com o corpo imerso na letargia do repouso, os queria presentes... como presente pulsa do mundo o sorriso de Che Guevara, a poesia de Neruda, Drummond, Pessoa, Benedetti, Bandeira, Lorca, Coralina... as canções de Cartola e Noel Rosa...
"Viver é etecétera", esperei... Novas manhãs, novos luares...
Recomposto, renovado... volto, com a emoção de que a minha ausência... tenha sido tão somente... o paradão da Mangueira... Silêncio nos tamborins, surdos, cuícas... silêncio na bateria... que silenciosa ouvia o canto do povo na roda da vida...
Sobre o que falarei?... Do espinho na rosa... Do escuro meio-dia na chuva que inunda de lágrimas as ruas e becos da humanidade...
Não, navegarei pela palavra não-inventada e nada direi...
Brincarei com os versos de argila e lhes contarei que vida é potência que voa e desanuvia o tempo na alegria de ser vida no caminho... para além das nuvens, o aconchego e acalanto das estrelas que cultivamos no horizonte azul dos sonhos partilhadas que ressoam presentificando na ausência... o abraço e o carinho das belas amizades...
Agora, meu corpo não dói... canto o sorriso do retorno...
Contudo, me dói... as dores da humanidade.. minha e tua, nossa humanidade...
Aqui, estaremos nas manhãs... na caminhada que continua...
Assim, retorno vendo-me e vendo o mundo: somos inacabamento... um conjunto de tarefas e lutas... um projeto que se desenha no horizonte clamando por nossos passos... passos na construção da cidadania e da inclusão social.. de nova suavidade...
Por isso, retorno numa oração: " que a dor não me seja indiferente; e que a morte não encontre vazio e só, sem ter feito o suficiente"...



sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

MANGUEIRA; GAVIÕES DA FIEL E O CARNAVAL DA INCLUSÃO...

Mangueira, morro alegria
       folhas e flores
vida e sonho: frutificação...


Mangueira: encontro de magia
         samba e poesia
romaria movimento: pura oração...


                              jorge bichuetti


Gaviões da Fiel; loucura de amor
no sonho de liberdade é u'a flor e
um caminho...   a paixão é alegria
   cidadania na coragem;
   é poesia, um amor na vida, 
                                       é alvorada...


                                              jorge bichuetti




hoje, sexta-feira: uberaba... carnaval da inclusão / bloco maria boneca
8:00 - fundação gregorio f baremblitt

POESIA: NOS BECOS, O LUAR... POESIA DA IMENSIDÃO NA POEIRA DO MUNDO...

                NOS BECOS, O LUAR...
                            Jorge Bichuetti


Andarilho, caço as lascas
da vida que pulsam nos becos
onde as alegrias bailam livres
entre a flor e o espinho...


Vagalumes clareiam o canto
do infinito que acolhe mi'as dores
entre o desespero da minha humanidade
e os sonhos que florescem no caminho
onde aninho solitário
meu inquieto e alucinado coração...


O luar na escuridão dos becos
chega poetizando o carinho e a vida;
humaniza as pedras... enternece os espinhos...
E, assim, a poesia do amor fecunda o chão:
a aridez, então, do deserto quebrada pelo orvalho,
floresce, tecendo u'a bela e singela primavera
nos miasmas fétidos e escuros que escorrem
nos fio de lágrimas, lágrimas caminheiras
que perambulam nas anônimas sargetas...


        O INFINITO
                           Jorge Bichuetti

Se olho distante, nada vejo...
Longe, me perco na escuridão...
Porém, mirando as pedrinhas miúdas
que nos riachos se ocultam,
dando águas cristalinas,
na renúncia de caminhar e ser mar,
descubro na magia da ternura singela
as células e os versos que se unem para compor
na bailado da imensidão o infinito azul...


PARTICIPE... DIVULGUE... A UNIVERSIDADE POPULAR JUVENAL ARDUINI É UM CAMINHO DA VIDA ONDE TODOS CABEMOS NO PULSAR DOS SONHOS QUE EMERGEM DO HORIZONTE AZUL...

DIÁRIO DE BORDO: O CORAÇÃO É UM CANTEIRO DE FLORES...

                            Jorge Bichuetti

Madrugada... de verão. Calor e vida.  O orvalho no meu quintal impregnou o ar com cheiros de rosas e folhas, um mato no chão que acalenta... relva salpicada de gotas que refletem o céu... Há estrelas no caminho...
Luinha foi descansar... Anda encantadas com os passarinhos que cantam e voam... se agasalham nos álamos e vivem alegres... Antes tinha ciúmes; agora,não...
Não sei como a Luinha consegue entender tudo que se passa... seus olhinhos cuidam de mim... me acompanham... Agora, é 04:48... Ela veio me acompanhou no quintal... me viu sentir alegria, com os passarinhos se despertando com a minha presença... Caminhar é voar quando, no caminho, nos conectamos com as flores e com as árvores, com o vento e o orvalho, com o luar... Voar para encontrar no caminho a a aurora... Converso longamente com Luinha e lhe tranquilizo, dizendo que logo nossa rotina se dará no alvorecer da vida com sonhos e poesias, lutas voos na imensidão azul... Estes dias de repouso e medicamentos, a deixou cheia de cuidados... Me vigia... Se brincamos, ela alegre corre e piedosa, logo, deita-se... respeitando minhas horas de repouso... Ali, nos meus pés... ou aconchegada ao meu coração...
O amor na sua expressão de ternura e compaixão, partilha e solidariedade... é a magia da vida que germina novas floradas, afugentando do caminho os espinheirais das dores e das inquietações... Por isso, cura... 
Ouvindo longe as badaladas dos sinos... penso na vida e na minha alegria de viver...
Viver é tecer no caminho um rede de amores e amizades onde conectados os corações se transformam num canteiro de flores... Floradas da ternura; vidas partilhadas nos voos do amor...
O mundo permanece cinzento e hostil... Guerras, corrupção... Exclusão social, desamor... O individualismo neoliberal agravou as perversidades da subjetividade capitística... Banalizou os encontros; forjou vínculos líquidos... Incrementou o consumismo... e gerou uma vida de depressão, pãnico e toxicodependência... muita solidão...
No retorno às atividades docentes da Psicologia da Uniube, vi que há outros mundos... Amigos na alegria do sorriso que abraça... Amigos no idealismo do caminho que desbrava na escuridão novos horizontes azuis...
Como é valioso e revolucionário a força do amor que tecida nos vínculos da amizade institui a ética da solidariedade e da compaixão...
Miro Luinha: ela sonha... Lhe ensino a fugir dos pesadelos da apatia, da acomodação e do imobilismo que nos é sugerido, diuturnamente, por modo de existir que nos aparta do outro...
O outro é um alheio... na narcisismo parasitário do capitalismo globalizado que nos aliena da vida de encontros... Substui o encontro pela informação; cristaliza ilusões e nos sedimenta de pés alijados da caminhada de de pedras e flores, espinhos e sonhos... caminhada da humanidade na esperança ativa de produzir na luta um novo alvorecer...
O mundo molar é rígido, não tem molas... não tem bailado da flexibilidade que é compreensão e tolerância, auxílio mútuo e metamorfoses singularizantes...
O sol nascerá... Mesmo com minhas dores ( que passarão) hei de buscar a molecularidade terna e singela dos sambas do morro... Cantarei, dançarei... 
Todos temos nossas dificuldades e limitações e crescemos, nos alisamos para os devires inovadores na luta... Mas, como já dizia Nietzsche, não se vence o "diabo" com palavras... o vencemos com riso, dança e música... a arte martelando aberturas no horizonte parindo o porvir... a coragem de ser alegre por teimosia semeando no céu nublado um arco-íris e uma revoada de passarinhos...


SOCIEDADE DE AMIGOS: NA POESIA DE CONCHA ROUSIA: A TERNURA ETERNIZA A FORÇA ENLUARADA DO AMOR...

          AMOR AMADO
                    Concha Rousia


O amor é o maior dos tesouros
então eu guardei o meu por ti
em palavras ininteligíveis...
para que jamais ninguém
nem sequer tu, meu bem
mo possa roubar...

Agora tudo que eu necessito
                       é silêncio...

fonte: republicadarousia.blogspot.com





MESTRES DO CAMINHO: LUTA E ALEGRIA

                            REFLEXÕES:


- "Aquele que nunca viu a tristeza, nunca reconhecerá a alegria." Khalil Gibran

- "A alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento envolvido e não na vitoria propriamente dita." Mahatma Gandhi

- "Deus nos dá pessoas e coisas,
para aprendermos a alegria...
Depois, retoma coisas e pessoas
para ver se já somos capazes da alegria
sozinhos...
Essa... a alegria que ele quer" João Guimarães Rosa




BONS ENCONTROS: SAMBA NA VIDA... ELABORANDO DORES; REINVENTANDO A FORÇA DA ALEGRIA...

1. No fim de grande amor, substitua a psicologização das lágrimas e cantando exorcize seus fantasmas...



2. Depois, dê a volta por cima... sambando:



3. há sempre um amanhã...



4. na dor e na alegria, o samba rejuvenesce...



5.assim, cair na folia é dionizar o divã...


quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

POESIA: NO CAMINHO, A VIDA...

               NO CAMINHO, A VIDA
                                         Jorge Bichuetti


No caminho, a vida
segue entre atalhos,
imagens e palavras -
um albúm de retalhos...


A vida segue entre
nuvens e tempestades;
voa no luar, bailando 
co'as estrelas que florescem


no céu... retratando além
a vida que pulsa nos becos
onde a paixão se aninha 
nas curvas do coração...

BONS ENCONTROS: APRENDENDO A SAMBAR: ALEGRIA - SONHOS NO AR...

UM AULA DE SAMBA COM CARLINHOS DE JESUS:


CURSO DE SAMBA: ALEGRIA E MOVIMENTO; VIDA COM SONHOS NO PÉ..



NA MAGIA DA CANÇÃO, SABEMOS... VOANDO NO CÉU DA PAIXÃO...

MESTRES DO CAMINHO: LIÇÕES SOBRE O EXISTIR; A ARTE DA CONVIVÊNCIA...

                        REFLEXÕES:


- "Porque aprendi, que a vida, apesar de bruta, é meio mágica. Dá sempre pra tirar um coelho da cartola." Caio Fernando Abreu.

- "Qualquer indivíduo é mais importante do que a Via Láctea." Nelson Rodrigues

- "Não há nada como regressar a um lugar que está igual para descobrir o quanto a gente mudou." Nelson Mandela

- "Se você falar com um homem numa linguagem que ele compreende, isso entra na cabeça dele. Se você falar com ele em sua própria liguagem, você atinge seu coração." Nelson Mandela



                          viver é desbravar novos horizontes...

participe da universidade popular juvenal arduini...


terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

DIÁRIO DE BORDO: BORBOLETAS NO CAMINHO AZUL DAS UTOPIAS...

                                 Jorge Bichuetti

Amanheceu... As nuvens no céu... movem-se alegres; bailam... Choverá. Meus pequenos passarinhos... aninhados nos altivos álamos contemplam o infinito e, embora não cantem, sonham... A minha Luinha já passeou comigo mirando o céu distante... Ela se preocupa com minha lucidez, quando lhe digo: veja, filha, é tão longe e tão perto... Podemos voar e triscar o azul, roubando da imensidão compassos de paz e serenidade... Ou melhor, podemos transladá-lo e semeá-lo no chão: um chão animado e feliz no cirandar alegre do encontro das flores da relva com as estrelas cósmicas que iluminam a escuridão...
Sinto raiva: alguém já maculou o coraçãozinho da minha pequena... Já lhe contaram que vivemos num mundo onde é proibido fantasiar; sonhar acordado... A imaginação é subversiva, u'a guerrilheira insurgente...Só os loucos podem...
Refletindo nas dores e no vazio que anda dominando os dias da nossa vida num mundo globalizado na banalidade cinzenta da vida metrificada pelos cálculos mercantis do lucro e das riquezas... penso, desatinado: como somos pobres!... como é poderosa a loucura!... Ela resistiu... ousou permanecer inventando novos mundos... não se contentou com o fiapo de vida que criou uma humanidade triste e cabisbaixa...
As flores nascem, brilham, perfumam... mas, murcham num vaso... num vaso no meio da sala... onde se é visto, não sentido... ali, fica...entre velas... escutando cifras e as cotações das moedas.. ou o scripit da novela alienada que fala de amores impossíveis e de traições vulgares... As flores, ali, murcham, pouco a pouco, com saudades dos poetas e das borboletas...
Os sonhos confinadas numa matemática interpretação, vivem acorrentados...proibidos de anunciarem profeticamente o porvir...
Já não cantamos, já não brincamos... Não borboleteamos nos caminhos azuis da utopia...
O mundo anda de cabeça para baixo: a morte anda vida e vida, morta...
Um cansados nos levam num trabalhador psi que irá nos recondicionar à normalidade fraturada nos reveses do cotidiano...
Assim, se passam os dias...
Assim, aproximamo-nos do fim...
Urge rebelar-se; insurgir-se... Indignar-se... e buscar com sonho e poesia, na companhia das borboletas azuis, um novo mundo...
Este agoniza, lentamente... na crueldade da matança e na vileza das desumanidades...
Nele, adoecemos...
O ser humano não se sustenta alijado do que pode a vida nas floradas da esperança e da ternura...
O ser humano robotiza-se e animaliza-se - animal circense, cheio de informação e acrobacias.... e, aos poucos, vamos mumificando-nos... zumbis entediados... marionetes fixadas no grande espetáculo da vida vazia...
Urge repensar nosso destino... Ousar, perguntar pelo mundo e pela vida que desejamos...
Necessitamos resgatar o nosso guerreiro que se viu num coma induzido pelo fatalismo, pela apatia, pela acomodação...
Busquemos Rosa e na ousadia do caminho, lutemos com coragem e esperança... Deixemos que nossos corpos se convertam no sonho e na poesia viva que nos anuncie um novo porvir... uma nova suavidade, uma vida de ternura, compaixão e solidariedade...
Escutemos,então,  o grito vitalizante de Guimarães Rosa:
-  "para onde
nos atrai
o azul?"
Na dúvida, ele nos esclarece:
- "O correr da vida embrulha tudo.
A vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem..." 


POESIA: MINHA VIDA - FLORES, PASSARINHOS E LUARES...

                                    EU
                                      Jorge Bichuetti

Esquecido da certidão e dos livros contábeis,
meu caminho segue o margear do rio que é u'a
busca frenética pelo verde fecundo na espera do azul do mar...

Desaprisionado das convenções, das etiquetas e dos
régios padrões da normalidade desenhada nos livros;
sigo... inflando balões com o ar comprimido das psicopatogias.
que fervilham nas estéreis discussões dos consulltórios e da vida dos salões...

Eu, que me ajoelho nos becos ébrios da fé pagã, não sou ateu:
invento Deuses embriagado com as flores dos jardins e co'os louvores
que reverencio no canto singelo dos vadios passarinhos... eu e o luar,
na transcendental meditação das noites solitárias...descansamos nos
braços do infinito onde deuses e anjos apagam as ilusões humanas,
tecendo co'os retalhos da vida... um novo dia na poética dos sonhos azuis...














                                      TALVEZ...
                                                Jorge Bichuetti

Talvez, seja loucura
azular o destino na
contramão da história:
o mundo é cinza
e a vida que campeia nas lágrimas
já fenece na fome e na miséria, descolorida,
num último suspiro entre o desespero e a lembrança
das singelas epuras orações que adormeciam a vida
quando a vida era u'a suave ciranda no colo maternal...

Talvez... Talvez...

A loucura desafia a razão, inventa mundos
e solitária chora... nas trincheiras das desilusões...

Talvez, talvez... haja um outro universo...

Um universo musicada nas manhãs douradas,
perfumado de flores nas campinas alegres da
vida peralta que sepultou nas escadarias dos palácios
a crueldade, a volúpia insaciável das riquezas e dureza
dos caminhos cercados pelos fios eletrizados da razão...

Talvez... Talvez...

Quem sabe não exista num canto qualquer
um reinado de ternura e compaixão onde legisla
a vida que nasce na alegria dos passarinhos e na pureza 
dos olhares sonhadores de u'a multidão de crianças?...

BONS ENCONTROS: FERNANDO PESSOA, NA ARTE DAS TROVAS - VASOS DE FLORES...

FERNANDO
PESSOA

QUADRAS AO
GOSTO POPULAR



A quadra é o vaso de flores que o Povo põe à janela da sua alma. Da órbita triste do vaso escuro a graça exilada das flores atreve o seu olhar de alegria. Quem faz quadras portuguesas comunga a alma do povo, humildemente de todos nós e errante dentro de si próprio.




       num verso... um canto

          encanto e magia

    flores no coração, sonhos no caminho... a vida numa trova - prosa da natureza numa idílica conversação


    Cantigas de portugueses
    São como barcos no mar -
    Vão de uma alma para outra
    Com riscos de naufragar.
    A terra é sem vida, e nada
    Vive mais que o coração
    E envolve-te a terra fria
    E a minha saudade não!
    O moinho de café
    Mói grãos e faz deles pó.
    O pó que a minh'alma é
    Moeu quem me deixa só.
    Se eu te pudesse dizer
    O que nunca te direi,
    Tu terias que entender
    Aquilo que nem eu sei.
    Teu vestido porque é teu,
    Não é de cetim nem chita.
    É de sermos tu e eu
    E de tu seres bonita.
    Vem cá dizer-me que sim.
    Ou vem dizer-me que não.
    Porque sempre vens assim
    P'ra ao pé do meu coração.
    Tenho um segredo a dizer-te
    Que não te posso dizer.
    E com isso já te o disse
    Estavas farta de o saber...
    Dona Rosa, Dona Rosa,
    De que roseira é que vem,
    Que não tem senão espinhos
    Para quem só lhe quer bem?
    Dona Rosa, Dona Rosa,
    Quando eras inda botão
    Disseram-te alguma cousa
    De flor não ter coração?
    Trazes uma cruz no peito.
    Não sei se é por devoção.
    Antes tivesses o jeito
    De ter lá um coração.

    MESTRES DO CAMINHO: MARIO DE ANDRADE, O MUNDO TUPINIQUIN E A ARTE DE CAMINHAR...

                                    REFLEXÕES:


    - "O passado é uma lição para se meditar, não para se reproduzir."

    - "Não devemos servir de exemplo a ninguém. Mas podemos servir de lição."


    - "Minha obra toda badala assim: Brasileiros, chegou a hora de realizar o Brasil."

    - "O essencial faz a vida valer a pena "


    -"Eu não sei se alcançar a felicidade máxima…
    …extasiar-se aí, e sentir que ela, apesar de superlativa, inda cresce, e reparar que inda pode crescer mais…
    …isso é viver?
    A felicidade é tão oposta à vida que, estando nela, a gente esquece que vive. Depois quando acaba, dure pouco, dure muito, fica apenas aquela impressão do segundo."


                              MARIO DE ANDRADE

    SOCIEDADE DE AMIGOS: A POESIA DE PAULO CECÍLIO; NAS CURVAS NA LÍNGUA, NAS PULSAÇÕES DO CORAÇÃO

              TEMPESTÁ
                           Paulo Cecílio


    tens a cintura fina e negra 
    assim com uma rosca sem fim 
    cabelos esvoaçantes plantados em névoas 
    como hidra como risomas invertidos penetram o céu 

    és a tempestade sou quem naufragas em tuas unhas longas 

    então sou cortiça sou isopor 
    para iludir teus olhos de fogo apagar tua sombra 
    guardar o sol nas minhas velhas gavetas entalhadas 
    poque sei que além de ti brilham as serpentinas de luz 
    confetes de estrelas milhares de sóis e tiaras de rubis perfumados

    tua mão acaricia minha garganta há seculos: me preme o pomo de adao

    distraido sempre me esquecço teus esconderijos: 
    o desprezo é teu muito querido. 
    és aquele olhar que nao ve 
    lingua inerte sorriso embaçado 

    como gostas do desprezo que te mimetisa 
    te abriga te esconde fazendo doer meu sorriso inútil
    habitas a indiferença como se fossem almas gemeas 
    escreves cartas imensas tendo como apoio meus ombros 
    escreves cravando teu lápis afiado nos nervos de meu torso
    nao há destinatário apenas há o gesto de desprezo descaso...

    gostas de agitar minhas velas
    rasgar meus panos 
    apagar meu dia 
    escorrer sobre os cardumes 
    que me seguem me alimentam 
    arrancas meus peixes com teu horror,
    ó enganosa rosa de inverno!!!

    um dia destes muito cansado 
    deixei-me tomar nos teus braços 
    e cheguei a me comover com o baço dos teus olhos 
    com teus dentes postiços tua ansia errática, tempestade de minha vida 
    abraço-te rápido um tanto um tempo que suporto um tempo que não sucumbo

    porque nao deitas um instante nas areias fias das falesias
    e dormes um sono rapido antes de soprar as dunas brancas?

    nao nao podes:

    tens que assombrar o mundo 
    envenenar o sangue dos incautos 
    merecer teu dia teu nome tempestá tempestá! 

    porque nao partes agora solta minha garganta 
    pra que eu possa dizer uma palavra só que seja 
    escorrer uma lágrima de advertencia a quem me vê
    mostrar voce de frente, iluminar dos teus horrores???

    entao lanças teu vestido negro teu hálito horrivel
    cobres meus olhos devoras minhas latitudes,
    deixa-me balbuciar de ti só pra rir do gemido 
    só pra dizer que nao existo so pra fingir que sou teu

    mas nao. nao sou teu: 
    sou dos portais de cristal 
    dos olhos verdes da nebulosa do gato 

    desespera-te: 
    não esqueci de onde vim. 
    das luzes todas que pariram crianças 
    e cidades prenhas de alvoradas engasgadas de ternura