quarta-feira, 25 de abril de 2012

POESIA: O ESPELHO E O BAÚ

           ESTE ESPELHO
                       Jorge Bichuetti


Este espelho cristalino e mudo, reflete as minhas rugas;
porém, nunca consegue ver as flores e os sonhos que germinam
nestas covas do tempo... que rasgando meu corpo abriram no meu caminho
a suavidade e a leveza de seguir, voando nos cálidos abraços do vento...

Este espelho cristalino e mudo, nunca saberá
que não matando o tempo me deu asas de passarinho e novos sonhos:
- sonhos de vida na curva do rio que carrega minhas folhas secas,
caminhando com alegria para o grande encontro final,
para o dia que meu corpo que barco e e viagem possa com o mar
ir-se, buscando a paz nas entranhas carinhosas
que pulsam no azul do céu... como moram na vertigem das estrelas cadentes,
risco da vida no brilho reluzente dos passam, ficando,
dos que amam, se dando... dos que cantam, como a cigarra,
na alegria vivida sem medo ou preguiça de ser
a magia da vida germinada no cio cósmico da ternura
que fecham as cortinas da ilusão no ato de ir-se no caminho
ondeando no azulinfinito um perene recomeçar...


       NAQUELE BAÚ
                     Jorge Bichuetti

 Naquele baú perdido, na encruzilhada, estão
 meus velhos e esquecidos escritos: mágoas,
 tristezas, desencantos... uma e outra lágrima...

 O baú ri de mim... Eu, o lamento; mas, não
 o temo... pois, se ele é um bufão da mi'a vida de rei;
 eu, agora, nada tenho para ali buscar, pois, sigo
menino que voa para o porvir, tendo do baú perdido a chave...



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