sexta-feira, 22 de junho de 2012

SOCIEDADE DE AMIGOS: A POESIA DE PAULO CECÍLIO; NA SAUDADE, O AMOR ETERNO...


A MORTA

ficas ai com teus cachos 
acariciando a insanidade do meu pranto

nos meus olhos salgados 
que te mancham o último vestido 
desmancham teu último penteado

tua mãozinha agitada 
suave nega-me um sinal 
sorriso teu sorriso estático
se eu gritasse se eu morrese com você nao

mas por favor deixa disto 
mova-se rindo pra tirar meu espanto 
nao direi nada entenderei se comigo brincas de Julieta

como são lindos teus sapatos 

e se eu fisesse um trato qualquer um 
você... 
espanto ! 

mas nao te moves 
ficas ai sob minha loucura 

nem meu último apelo atendes
deixa teu ouvido receber meu adeus 

meu espanto 

quem sabe ao acordar tremendo 
isto seja apenas

ou talvez tope voltar 
um pouquinho os ponteiros 
como fazias roubando minutos eternos 
em bricadeiras que agora estão apenas em mim 

talvez um pote 
de pessego em calda 
um mousse de maracujá que tanto amas

como são lindos teus sapatos

vejo ali rosas que juntos 
plantamos em risadas e levas contigo mortas

enquanto segues indiferente navegando...


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