sábado, 2 de junho de 2012

SOCIEDADE DE AMIGOS: REDEMOINHOS DO TEMPO NA POESIA DE PAULO CECÍLIO


QUANTO TEMPO TEMOS?
                              Paulo Cecílio


quanto tempo temos  
quanto tempo suportaremos 
mais um desencontro 

quantas almas precisamos 
dentre tao vasto cosmo 
sementes do mesmo vaso 

quanto tempo temos 
a encontrar os dedos os olhos 
antes que se parta esvaia em fenda 

o fino véu do relógio?


quantas horas 
quantas almas 
quantas lagrimas 
quantas maos 
rodoviárias do ceu 
lambidas de fumaça 

quantos avioes se cruzaraõ 
em rotas partidas 
antes que reconheça eu em ti 

quantos  brotos nos negarao em seu verde seda 

se sabemos 
que do mesmo amianto 
estamos em terra  apegados 
embalsamados ardendo em agonia 
um milimetro um passo um nada um ai 
um grito mesmo um silencio e te tocaria 

mas aqui estamos 
pasmos diante da gigantesca impotencia

quando bastaria um passo 
um abraço 
e explodiriam 
sementes de  alecrim aleluias e chuvas

assim eu poria as mãos em tua ferida 
e como sonhei um dia em mim ela seria... 




Nenhum comentário: