segunda-feira, 9 de julho de 2012

DIÁRIO DE BORDO: FOLHAS NO MEU CORAÇÃO...

                     Jorge Bichuetti

Nuvens densas e escuras; entre elas, a Lua: pequena, porém, brilhante, encantada. No meu coração, alegria... De volta, no meu quintal... senti o ruflar dos álamos, o suave perfume das rosas... E meus passarinhos, aconchegados por ninhos de ternura e proteção...
O vento frio não me intimidou...O que era ferida; tornou-se, tão-somente, cicatrizes...
O tempo rodopia e passa... tudo renova...
Em êxtase, deixei o vento sacolejar as folhas do meu coração.
Escritos, paisagens... Caminhos percorridos; horizontes sonhados...
Alegre, compreendi as formosas borboletas e as cantantes cigarras... não as vi, nem as escutei... mas, pela primeira vez, as compreendi.
Deusas da alegria vivem plasmando no mundo as lições da felicidade que se encontram apagadas dos compêndios da ciência.
Ensinam a voar, bailando no infinito...
Ensinam a cantar, dialogando co'as estrelas...
Nossa vida de rebanho no curral é vida cinzenta na amargura dos pecados e dos complexos psicológicos, ambos, artimanhas da mesmisse... evitação do novo; cinzas no olhar para que não vejamos o esplendor inovador da aurora.
Culpa e ressentimento é cultura introjetada que nos mantém prisioneiros do narcisismo e da onipotência...
A vida é permanente aprendizado; metamorfoses criativas...
Se não chegamos nas terras do amanhã é porque mantemos nossos pés e mãos atados nas areias movediças do passado...
É preciso aprender a passar... Seguir adiante... Renovar-se... Reinventar-se...
Se erramos ontem; acertemos hoje...
Se caímos; reergamo-nos e sigamos adiante...
O dia que começa é tempo novo...
O passado é folha seca no museu das experiências vividas.
O vento renova a vida, espalhando no anonimato as folhas secas que cedem espaço e vitalidade as folhas que brotarão na vida parideira que não cansa de se recriar...
Enxuguemos nossas lágrimas... Sopremos as cinzas dos nossos caminhos...
Desbravemos novas clareiras... Inventemos um novo canto...
Não esqueçamos que a vida sempre recomeça... Assim, na novidade do tempo remoçado, reinventemos nossos passos no caminho: com compaixão e ternura, teçamos o amanhã, não economizando hoje nossa capacidade de amar e se dar...
A felicidade é caminho...


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