sexta-feira, 27 de julho de 2012

SOCIEDADE DE AMIGOS: O POESIAR DA BORBOLETA SIDERAL JOSIANE SOUZA

 POESIAS DE JOSIANE SOUZA

SECREÇÃO

 

Espremidos pela noite que nos desemboca nas fissuras eternas do universo,
Apalpando com os fios de cabelo as assombrações do inverno,
Queimamos na fogueira dos desejos nossos sonetos frios e sonâmbulos,
E através da fumaça dos sonhos, alcançamos nas epidermes incendiadas
O encontro flutuante das almas enigmáticas.
Desvelado o cardume do que agora escorre de nós,
Permeio o bálsamo fresco que com a língua capturamos,
Garatuja o vento que nos arranha os pensamentos.
Rasteja o temor que nos envenena os corpos mordidos,
E a noite, então, passa a ser apenas um lençol escuro,
Sobre o qual adormecem nossas ardências soturnas, 
E nossos tropeços perdidos.


O espesso véu de neblina que se estende sobre a rua e as coisas,
que não vejo.
Encobre os passos dos pensamentos que soturnos correm,
e não escuto.
As sombras das casas desenham nas calçadas os submundos,
que não sinto.
Enlaça com a neblina a fragrância dos meios fios,
que não cheiro.
A noite vibra misteriosa e fria no fora,
que não entro.
E dentro o dia arde nas cortinas do quarto
e eu saio.



                        PONTILHADO


Deslizam as vozes suadas pelas gargantas dos dedos
Gritantes, ventosas dos lábios estilhaçando molduras
Caricatas, emersão de pelos borbulhando na espinha
Efusiva, cratera de delírios, de lírios, de rios.

Ponta de passo, no meio do braço, abraço
E passo.
Na beira das pernas laço um calço 
E alço.

Subo e sumo

Derreto e desço

Afogo no fogo e morro.



                      Colmeia Intensiva


EnxamE
En xama
Enxa mE
mE xamE
xama mE
naxE
E manxa


Um comentário:

paulo cecilio disse...

Josiane, quero mais!