sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

POESIA E CANÇÕES: FEITIÇO DO LUAR... AXÉ DE LUINHA!!!

                                     Jorge Bichuetti

Ante a ilusão do fim, nunca te esqueças que viver é recomeçar: arte de se reinventar nas asas da poesia que nos dá encruzilhadas onde a vida tenta nos encantoar no escuro dos becos sem saídas...
                               ***
O espinho não é o fim, o ponto final... suporta-o, pois, ele, é tão-somente, o guardião da rosa,e a rosa é u'a estrela do infinito que vive na ânsia de morar no coração da gente...
                               ***
A amizade é u'a poesia, u' rosa e u'a mandinga... Cria quintais de aconchego num mundo que nos rouba a paz dos passarinhos, a embriguês dos perfumes paradisíacos e a alegria de sempre sonhar... tecendo manhãs e manhãs com nossos sonhos azuis...


ENTRE PEDRAS, FLORES...
ENTRE ESPINHOS, SONHOS...

A VIDA VOA NAS ASAS DA LIBERDADE!!!


NA ESCURIDÃO, CANDEIA... O SAMBA É A TRISTEZA QUE BALANÇA: GAMBOA

Se chegares e a porta estiver fechada;
não te inquietes... no vaso de flores, ali,
onde os sonhos cheiram guardo u'a chave,
com ela a casa se abre encantada na magia
da vida que desde sempre fez da tristeza poesia...

                         jorge bichuetti


Candeia é tradição:
estrela viva na escuridão...



POESIA: ESTA FLOR

                 ESTA FLOR
                         Jorge Bichuetti

Esta flor
na tua mão
enternece meus cansados dias;
me aquece,
como um tufão
leva, para longe, mi'as amargas desilusões...

U'a flor
é poesia no ar;
as nuvens passam,
quando ela sussurra,
tecendo no vento
um novo canto que desenha
nas entrnhas do tempo
o desejo da vida de sempre,
de sempre recomeçar...


               NO HORIZONTE AZUL...
                                          Jorge Bichuetti

Na beleza azul do horizonte,
há quietude... há paz... e há
lágrimas doídas que nascem
dos olhares que de lá observam
o desespero e a angústia
que crucificam a vida 
tingindo de sangue
as nossas vielas de cá...


DIÁRIO DE BORDO: ESCREVER CAMINHOS; DESENHAR HORIZONTES...

                               Jorge Bichuetti

No céu, as últimas estrelas... Minha pequena Luinha dorme, rodopia no mundo dos sonhos... Aspiro o cheio da manhã, com meus álamos e roseiras perfumando o orvalho que desenferruja meus pés: é preciso caminhar, é preciso lutar.... Viver é tecer novos horizontes, redefinindo as próprias rodas do destino...
Hoje, o lápis me acordou... O esperei, longos dias... A palavra é semente, sementeira... Não é um adorno de aluguel...
Elas, as palavras, são estrelas... clareiam nossa vida íntima, ensinado-nos na arte do autoconhecimento... e incendeiam a realidade com o fogo renovador das transformações necessárias... Uma escrita, assim, é magia e é poesia... Bruxaria que exorciza nossos demônios; arte que martela , acordando no coração da vida s forças do amanhã..
Vivemos acomodados... Trocamos a cultura pelos epigramas das informações relativas ao mínimo necessário.
Arquitetos do destino, estamos aqui... 21 de dezembro de 2012: nem o fim apocalítico nem o mundo harmônico e criativo, solidário e terno...
Que caminhos escreveremos para nossos vidas?...
Que destino desenharemos para o nosso mundo?...
Construímos e destruímos, permanentemente, a vida e o mundo...
Um sorriso desperta manhãs encantados; o choro clama por generosidade cúmplice que detenha o fascismo das destruições impiedosas...
Todo fim é um instante onde se cruzam as forças do recomeço com os clamores da vida por uma nova humanidade...
Somos inacabamento...
O mundo é um jogo de forças entre a vida e a morte; entre a einclusão e a exlusão; entre o amor maior e as mazelas do desamor...
Somos co-responsáveis... O que faremos de nós?...
Que calem hoje os canhões... que ecoem graciosos o canto das crianças...
Que verdeje as matas... que floresça os corações...
Assim, tomando café quente, na prosa mineira das Geraes... ousaremos um velho canto:


POR JUSTIÇA E PAZ; SOLIDARIEDADE E INCLUSÃO CIDADÃ: FAÇAMOS UM NOVO MUNDO!!!

BONS ENCONTROS: UM DEBATE SOBRE OS NOVOS TEMPOS...

ÉTICA DO CUIDADO E A TERNURA DA SUSTENTABILIDADE DO AMOR ; FLORESCÊNCIA ECOLÓGICA QUE TERNIZA A VIDA E OS ENCONTROS...


CUIDAR DE SI... CUIDAR DO OUTRO...
VENCER AS GUERRAS; IMPOR A PAZ...
FLORESCER NA TERNURA DOS SONHOS PARTILHADOS...
UM NOVO MUNDO É POSSÍVEL


sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

POESIA: NOS SONHOS, A POESIA DO SILÊNCIO

                         ESTE FARDO
                               Jorge Bichuetti

Cansado e velho, meu corpo
pesa; assim, carrego-o com a
sensação de que o tempo aninhou-se
na estrada... Enquanto, mi'a alma voava
no vento... tecendo nuvens e sonhos;
agora, meu corpo já não sou eu...
Carrego-o, bailando alegrias, sementes;
ele me carrega entre flores murchas
que mi'a alma ressuscita  
nas miragens das manhãs...


                      PEDAÇOS DE SONHO
                                          Jorge Bichuetti

Chove... De alma molhada, recolho
nos entulhos da sarjeta pedaços de
sonhos e delírios que me ensinam a
seguir, mirando o azul-além onde eu
hei de encontrar a poesia do silêncio.




BONS ENCONTROS: UM TEXTO DE LEONARDO BOFF - SOMOS ESTRELAS NO CAMINHO...

           Seres de luz
                       Leonardo Boff

A luz constitui um dos maiores mistérios do universo. Somente entendendo-a ao mesmo tempo como partícula material e como onda energética podemos ter uma compreensão mais ou menos adequada dela. Hoje sabemos que todos os seres vivos emitem luz, biofotons, a partir das células da DNA. Por isso todos irradiam certa aura.

Não é sem razão que a luz e o sol se tornaram símbolos poderosos de tudo o que é positivo e vital. Especialmente o sol irradiante é visto como o grande arquétipo do herói e do lutador que vence as trevas com os monstros que nelas eventualmente se escondem. Sua aparição a cada manhã não é uma repetição, mas toda vez uma novidade, pois é sempre diferente. É um teatro cósmico que começa
da cappo, como se Deus  dissesse ao sol a cada manhã:“Vamos, tente mais uma vez! Renove teu nascimento! Irradie tua luz em todas as direções e sobre todos”.  Na maioria dos povos havia o temor de que o sol talvez pudesse ser tragado pelas trevas e não voltasse mais a nascer e a iluminar a Terra e a cada um de nós. Criaram-se rituais e festas que celebravam a vitória do Sol sobre as trevas. Assim, havia a festa  romana do Sol Invictus, do “Sol Invencível”.  Posteriormente, deu origem ao Natal cristão, a festa do nascimento do Deus encarnado , chamado de “o Sol da Justiça”. As festas juninas com suas fogueiras têm por detrás a experiência do sol, pois se inaugura o solstício de inverno.  Fazia-se e faz-se ainda hoje a impressionante experiência de que o Sol com seus raios de luz, nasce como uma criança. Na medida em que sobe no firmamento, vai crescendo como um adolescente até chegar à idade adulta ao meio-dia. Pela tarde vai definhando até ficar velho e morrer atrás da linha do horizonte. Mas, passada a noite, ele volta a nascer, limpo, brilhante, sorridente como uma criança. Como não celebrá-lo festivamente? Como não entendê-lo como sinal da Realidade originadora de todas as coisas?  De fato, ele é uma imagem poderosa de Deus como o cantou São Francisco em seu “Cântico ao Irmão Sol”. Nenhuma metáfora da divindade é mais poderosa que a da luz e a do Sol. A própria experiência da luz fez surgir a palavra Deus. Ela deriva de di em sânscrito que signfica brilhar e iluminar. De di veio “dia” e “Deus”, como expressão de uma experiência de luz e de iluminação. Como diz São João: ”Deus é luz” (1Jo 1,5). “Ele habita”, no dizer de São Paulo “numa luz inacessível”(1Tim 6,16). Jesus se auto-apresenta como luz: “Eu, a luz, vim ao mundo para que todo aquele que crê não ande nas trevas”(Jo 12,46) O Verbo encarnado é “vida e luz dos homens”, “luz verdadeira que ilumina todo o ser humano que vem a este mundo”(Jo 1.4.9).  Por isso é com razão apresentado como “a luz do mundo”(Jo 9,5). Os que aderem a Cristo como luz devem viver “como filhos da luz”(Ef 5,8). E “os frutos da luz é tudo o que é bom, justo e verdadeiro”(Ef 5,9). Mais ainda. Cada seguidor deve ser também  “luz do mundo”(Mt 5,14).  Como reza tão bem a liturgia dos funerais:”Que as almas do fiéis defuntos não tombem nas trevas, mas que o arcanjo  São Miguel, as introduza na luz santa. Faça brilhar sobre eles a luz perpétua”.  Nós todos somos seres de luz. Fomos formados originalmente no coração das grandes estrelas vermelhas, há  bilhões de anos. Carregamos luz dentro de nós, no corpo, no coração e na mente. Especialmente a luz da mente nos permite compreender os processos da natureza e penetrar no íntimo das pessoas até no mistério luminoso  de Deus. 

MESTRES DO CAMINHO: A TERNURA É FLOR NO CORAÇÃO...

               REFLEXÕES:


- "E a doçura é tanta que faz insuportável cócega na alma. Viver é mágico e inteiramente inexplicável." Clarice Lispector

- "Quando olho uma criança ela me inspira dois sentimentos, ternura pelo que é, e respeito pelo que posso ser." Jean Piaget




quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

DIÁRIO DE BORDO: O DOM DA ESPERANÇA...

                            Jorge Bichuetti

Alvorecer com os passarinhos, sentindo o orvalho e o cheiro-da-terra... cria na nossa alma um estado psíquico fecundado pelo dom da esperança...
A esperança é muito mais do que a vida valsando nos compassos da espera... Esperança é caminho; voo... Busca incessante; luta aguerrida...
A esperança é sonho menino... que brinca, olha o infinito e alada, deseja os confins da imensidão.
Espera ativa; luta tecida por sonhos... vida que caminha sem medo das curvas do destino.
A esperança é subversiva: rompe o tempo e acorda a fúria dos ventos transformadores...
Colore as cinzas deste nosso tempo tão transbordante de ontens; tão vazio de amanhãs...
A manhã - sol nascente, estrelas na despedida... pássaros no regozijo dos cantos de ternura e compaixão... a relva molhada, cio da vida nas entranhas da alma... a manhã é grávida de esperança... Conta-nos sobre as cinzas de tantas mortes o que pode a vida parideira...
O amanhecer é a rebeldia indignada do tempo que se quer novo...
Acordamos e nem bem degustamos nosso café, já vemos corpos no sangue das sarjetas, guerras na bestialidade dos preconceitos e na ganância da força bruta...
Escutamos o choro da vida...
Mas, também, a vida canta... e pede, roga ajoelhada, clama por atitude, solidariedade ativa... luta por por justiça...
Ter esperança é no homem ver o anjo sideral; no mundo, u'a nova realidade de paz... sociabilidade transversal, terna, libertária...
A esperança, filha das manhãs, quer parir vida e mundo reinventados na conjugação do verbo amar... Amor incondicional... sem fronteiras... sem trapaças... sem repressão...
Para a sonhadora esperança, os grupos de extermínio, as usinas que asfixiam povos e tradições, os interesses particulares urrando para silenciar o Bem Comum... tudo isso é fantasma de um pretérito não-sepultado que se tornou zumbis das nossas tristezas e desilusões atuais...
Longe, grita o povo guarani-caiovás... Perto de nós, luzes se apagam...
A CEMIG diz não... Anúncio que desvela a nossa mesquinha escuridão...
Acendamos velas... Inventemos estrelas...
A esperança pode onde metais e o poder só enxergam a ferida narcísica dos próprios umbigos hipertrofiados pelo jogo que suprime o nós, a pátria... a alegria geral...
Urge que deixemos a esperança nascer, crescer e lutar...
Antes, que tenhamos que sepultar nas pregas do poder disputado os nossos sonhos de ternura e compaixão...
Muitos, acomodam-se...
Embora, o choro das mães que que carregam seus filhos ensanguentados, diga, silencioso: basta! a vida só pode voar nas asas da liberdade; e não liberdade quando os fuzis decretam o ódio... e as lágrimas nublam com sangue nossos sonhos de igualdade, fraternidade e paz...


MESTRES DO CAMINHO: FERNANDO PESSOA; VIDA PASSARINHEIRA...

                REFLEXÕES:

- "As vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido."

- "Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens."

- "A liberdade é a possibilidade do isolamento. Se te é impossível viver só, nasceste escravo."

                   FERNANDO PESSOA




POESIA: NAS VORAGENS DO AMOR

         NAS VORAGENS DO AMOR
                                   Jorge Bichuetti

Se o amor te tocar:
não fujas... não fujas, não;
no vento, as folhas secas
encontram-se e se abraçam
na tecelagem de um novo ninho...

Não fujas, o amor é rio
na saudade do mar:
corre chão, rodopia nas curvas,
no desejo voa, viaja
sonhando num cais aportar...

O amor aninha o vento,
aquece o tempo... fecunda
no escuro da noite, é o 
luar orvalhando amanhãs...

E, assim, nos braços do infinito,
a vida suavemente adormece...